
atividades de extensão
Projetos
Em sua atuação nas atividades de extensão da Universidade, a professora Maria Cristina Ribas organiza projetos relacionados a suas pesquisas, disponibilizando resultados na forma de palestras, materiais, vídeos e outros conteúdos.
(2023-atual)
Modos de ver, modos de ser: práticas intermidiáticas, experiências sensoriais e narrativas revolucionárias
O projeto Modos de ver, modos de ser: práticas intermidiáticas, experiências sensoriais e narrativas revolucionárias, trata-se do Projeto Prociência em sua quinta renovação e vinculado à área de Estudos Literários, da linha de pesquisa Literatura, Teoria e História, ao Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística - PPLIN - da Faculdade de Formação de Professores da UERJ; e ao Programa de Pós-Graduação em Letras UERJ (PPGL), área de Estudos Literários, na linha Teoria da Literatura e Literatura Comparada; aos Grupos de Pesquisa cadastrados no CNPq - Intermídia (UFMG); Poéticas da Diversidade (UERJ); Releituras da Modernidade, o passado no presente (UFF), bem como ao GT ANPOLL Intermidailidade, Leitura Comparada das mídias. O Projeto Prociência, com vertente específica, foi também contemplado com bolsa de produtividade em Pesquisa nível 2, CNPq, e visa trazer à cena literária como as midialidades constituem a diversidade composicional das narrativas literárias e fílmicas. Problematiza o funcionamento da noção de midialidade dentro do texto literário, conforme compreendida por Jorgen Bruhn (2020), bem como a proposição de padrões para a análise das relações entre mídias nas modalidades material, sensorial, espaço-temporal e semiótica, formuladas por Lars Elleström (2017). Ao adotar a perspectiva literária das Intermidialidades, pretendo analisar as obras que compõem o corpus da pesquisa, a partir das categorias formuladas por Irina Rajewsky (2012): transposição midiática, combinações midiáticas e referências intermidiáticas, de forma articulada e em diálogo com as modalidades midiáticas de Elleström e as midialidades misturadas de Bruhn. O corpus da pesquisa serão as obras (1)O desmonte do monte (1 filme-documentário de Sinai Sganzerla (2018), constituído por: O Subterrâneo do Morro do Castelo, livro escrito a partir de crônicas publicadas de 28/4 a 33/6, no Correio da Manhã, por Lima Barreto, que configuram o eixo da narrativa e da narração; pinturas de Albert Eckhout, Jen-Baptiste Debret; fotografias de Augusto Malta, Marc Ferrez e imagens em movimento do centenário de 1922; músicas (soul com sons indígenas, variações africanas e marchinhas de carnaval, The clash e afrobeat); (2) O país de São Saruê, documentário de Vladimir Carvalho (1971), censurado no regime militar e composto por: poema O monólogo do sertão, espinha dorsal do filme, de autoria do cronista, ensaísta e poeta maranhense Jomar Moraes (1940-2016); literatura de cordel o nome do filme é inspirado no título de um cordel do poeta paraibano Manoel Camilo dos Santos (1905-1987) ; locução coreográfica de poesia; performance; cenas da vida de lavradores e garimpeiros no Rio do Peixe e em Catolé do Rocha, na Paraíba; e (3) o romance Torto Arado, do escritor baiano Itamar Vieira Junior, que conta a história das irmãs Bibiana e Belonísia nas profundezas do sertão baiano. A prática intermidiática adotada propõe, portanto, um novo modo de ler, ver, sentir as narrativas expandidas em seu aspecto revolucionário: ou seja, mostrando a potência da literatura per se e enquanto amálgama das hibridizações entre mídias artísticas, modalidades sensoriais e relatos apagados da história do Brasil.
(2022-atual)
NuPELLI - Núcleo de Pesquisa e Extensão em Leitura, Literatura e Intermidialidade
A crescente migração das narrativas e a expansão das formas de narratividade e produção poética nas últimas décadas, mobilizada pela emergência de novos meios técnicos de registro, processamento e transmissão de palavras, sons e imagens demandam, portanto, um modo diferenciado de ler, que implica outras formas de percepção e contato com os textos em circulação. Acrescenta-se, ainda, as novas demandas de formação de competências e habilidades propostas pela BNCC e da interatividade via remota e modelo híbrido na pós-pandemia. Tais processos contribuem com a emergência das experiências intermidiais na leitura e na produção literária contemporânea; dentre elas, uso de hiperlinks em arquivos digitais, a experimentação verbivocovisual na tela, as interseções poesia, voz, locução coreográfica e a condição transcultural das adaptações literárias para cinema e HQs. Preocupado com o público externo nessa avalanche digital que beneficia e atropela as pessoas sem perguntar suas condições econômicas, técnicas ou escolha individual, o projeto tem duplo alcance: colabora tanto para o desenvolvimento da leitura integrada em diferentes mídias e linguagens, quanto para o entendimento de literatura como experiência literária não apenas sob domínio do intelecto; mas como requisição de uma sensibilidade intelectiva (Gumbrecht, 2010), alerta às diversas materialidades e conexões que constituem as artes e mídias. O projeto terá ainda o apoio teórico-crítico da pesquisadora alemã Irina Rajewsky para a abordagem literária da Intermidialidade, o que impacta os modos de ler e tecer a rede palavra-som-imagem nas narrativas em conexão.
(2012-2023)
Periódicos Literatura: publicações efêmeras, memória permanente
O projeto "Periódicos e literatura: publicações efêmeras, memória permanente" foi desenvolvido na Fundação Biblioteca Nacional, certificado pelo CNPq e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística - PPLIN - da Faculdade de Formação de Professores da UERJ. Durante sua vigência, o objetivo principal foi beneficiar diretamente os pesquisadores em direção a pesquisas que demandam lidar com o acervo da Hemeroteca digital, com ênfase na coleção de periódicos da FBN e com a peculiaridade de estar direcionado para as complexas relações dos periódicos com a literatura e os literatos. Neste projeto foi possível desenvolver as questões relativas à prática epistolar machadiana, mediante o cotejo com o farto material do oitocentos constante na hemeroteca digital, e que resultou em novas atualizações da pesquisa anteriormente desenvolvida na ABL.
Crônicas como as de Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida, Lima Barreto ou Carlos Drummond de Andrade, dentre outros, apareceram em periódicos antes de estarem em livros. Com a progressiva hegemonia do computador e a relativa diminuição da atividade manuscrita e datilográfica, a produção dos literatos publicada em periódicos deverá ter este seu papel reforçado, inclusive enquanto texto original do autor. Portanto, essas páginas efêmeras constituem, cada vez mais, um acervo imprescindível de memória, uma fonte preciosa dos assuntos literários.